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Tag Archive : pavimento de concreto

Uso de concreto nas estradas brasileiras pode reduzir emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 por ano

Estrada Cimesa. Foto: JR. Ramos

Fonte: Forbes / 26 de maio de 2021 Forbes ESG, Negócios

 

Imagine reduzir a emissão de dióxido de carbono na atmosfera em quase 20 milhões de toneladas apenas substituindo o material das estradas brasileiras. Esse tipo de medida já é possível ao empregar o concreto na construção das pavimentações, de acordo com um estudo feito pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) com base em uma pesquisa do Centro de Sustentabilidade de Concreto do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Da mesma forma, a mudança seria capaz de economizar mais de 5 bilhões de litros de combustível por ano, considerando apenas a frota de caminhões.

A redução de 18 milhões de toneladas de CO₂ corresponde a um terço dos gases emitidos pela indústria do cimento. Só para ter uma ideia, seriam necessárias cerca de 1 bilhão de árvores para a neutralização dessas emissões –  o correspondente a, aproximadamente, 10 milhões de hectares de floresta. Já em relação ao combustível, a economia ficaria em R$ 20 bilhões por ano.

Além dos benefícios ambientais da diminuição da queima do diesel, a característica estrutural do concreto também ajudaria nessa redução. O engenheiro Fernão Nonemacher Dias Paes Leme, responsável pelo estudo da ABCP, explica que as estradas feitas pelo material apresentam desvios menores, exigindo menos combustível para que os veículos saiam da inércia. Além do mais, devido a cor, o material reflete mais luz do que o asfalto, aliviando as ilhas de calor e possibilitando uma redução de até 50% no número de postes de iluminação.

“Um benefício mais imediato é a viabilidade econômica, principalmente na redução do custo de construção” aponta o engenheiro. “Para isso, é preciso considerar a economia de recursos de manutenção do pavimento de concreto. Enquanto ele apresenta uma durabilidade de, no mínimo, 20 anos, o asfalto dura, em média, dez anos ou menos, exigindo uma atenção rotineira mais intensiva”, complementa Fernão.

O discurso é reforçado pelo Banco Mundial, que divulgou uma série de dados que mostram que cada US$ 1 investido em uma estrada de concreto corresponde a uma economia futura de US$ 3 em custo operacional, quando comparado a outros tipos de pavimento. Da mesma forma, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que as más condições das estradas brasileiras podem elevar em até 38% os custos operacionais dos veículos, além de aumentar a chance de acidentes em 50% e o tempo de viagem em 100%.

“Hoje,  segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), temos apenas 3% das estradas brasileiras pavimentadas com cimento. Nosso objetivo é aumentar esse índice e trazer economia para vários setores”, conclui o engenheiro.

Leia a matéria completa no site da Forbes

Governo do Distrito Federal assina revitalização da Av. Hélio Prates

Governador Ibaneis Rocha  assina a ordem de serviço

 

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (foto), assinou na manhã desta terça-feira (25/05) a ordem de serviço para o início da etapa 1 das obras de revitalização da Avenida Hélio Prates (trecho de 1,5 km na Ceilândia) e anunciou a licitação da etapa 2 (1,6 km em Taguatinga).

A obra completa (7,5 km de extensão) é composta por uma via de pista dupla com três faixas por sentido e largo canteiro central. O projeto está sendo readaptado para receber um corredor de BRT, faixa exclusiva na direita e marginais em concreto. São previstas ainda calçadas acessíveis e ciclovias em concreto e estacionamentos em pavimento intertravado.

Os projetos que contemplam o emprego do pavimento de concreto nos corredores e marginais foram doados pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), que recebeu agradecimentos públicos do próprio governador. Ele ressaltou que a solução adotada é para nunca mais se trabalhar com buracos na região.

De acordo com o governo, a obra vai melhorar a mobilidade urbana no local, com arborização, ciclovias, acessibilidade e criação de faixas exclusivas para ônibus. “Obra muito importante. É a requalificação da principal avenida que liga Ceilândia e Taguatinga”, afirmou o mandatário.

Leia a matéria completa no site Soluções para Cidades.

Paraná terá primeira rodovia de concreto projetada em BIM

O trecho de 59 quilômetros e 55 metros da rodovia estadual PRC-280, entre o município de Palmas-PR e o entroncamento com a BR-153, será o primeiro do Paraná a receber pavimento de concreto projetado com a tecnologia BIM (Building Information Modeling). Desde 2019, o estado só aceita projetos rodoviários apresentados dentro da ferramenta. Porém, nenhum até agora havia contemplado o revestimento rígido.

A metodologia permite “construir virtualmente”, fazer as devidas correções e depois executá-la no local da obra. A expectativa do governo do Paraná é que o trecho sirva de referência para outras obras rodoviárias no estado. “Estamos apostando em um modelo mais transparente de execução. É uma modelagem para o que planejamos para o futuro das obras no Paraná”, acrescenta o secretário estadual de infraestrutura e logística, Sandro Alex.

O diretor-geral do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), Fernando Furiatti Saboia, reforça essa visão do governo estadual. “A restauração com pavimento de concreto garante uma pista em excelentes condições e custará menos do que uma restauração com pavimento asfáltico, que exigiria reparos em toda a base. Outra grande vantagem é que o pavimento de concreto tem uma vida útil muito maior e exige menos serviços de conservação. Esta obra poderá servir de exemplo para iniciativas semelhantes no futuro”, diz.

No traçado será usada a tecnologia whitetopping (concreto sobre asfalto). As placas terão espessura de 22 centímetros e a vida útil mínima do pavimento está prevista para 20 anos. A rodovia também terá alargamento de 40 centímetros em cada lado. O custo da obra será 10,92% menor do que o orçado com pavimento asfáltico. O valor final da licitação é de 106 milhões e 890 mil reais, enquanto o orçamento estipulado nos estudos de viabilidade era de 120 milhões de reais.

 

Whitetopping: obra rápida com custo menor e mais sustentável

A PRC-280 é o principal corredor do sudoeste do Paraná, escoando as produções agrícola e madeireira da região. Segundo dados do DER-PR, diariamente passam 1.826 veículos pesados pelo trecho a ser restaurado. Por isso a opção pelo pavimento rígido. Segundo o gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), engenheiro civil Alexsander Maschio, a opção pela tecnologia whitetopping proporciona uma obra rápida, com custo menor e mais sustentável.

“O whitetopping é uma tendência, pois a partir desta tecnologia é possível utilizar o pavimento remanescente, deteriorado, como fundação do novo pavimento. Isso reduz custos, otimiza prazos e proporciona uma solução mais sustentável do ponto de vista ambiental, pois não tem bota-fora e remoção. Diria que o whitetopping é a melhor alternativa para a restauração das rodovias brasileiras atualmente”, explica.

Alexsander Maschio também destaca que o trecho da PRC-280 será o maior sob a gestão do DER-PR a receber pavimento de concreto no Paraná. No entanto, sob a jurisdição do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), há outro traçado longo no estado. Trata-se do trecho da BR-163, entre Cascavel-PR e Marmelândia-PR, com 70 quilômetros de extensão. Por isso, o engenheiro civil reforça o trabalho da ABCP nessas conquistas. “A ABCP tem atuado junto aos organismos públicos para desmistificar questões ligadas ao pavimento de concreto, principalmente no que diz respeito ao custo e ao processo executivo”, completa.

Fonte: Portal Cimento Itambé / Por Altair Santos

Restauração de Pavimento em Pista simples com Whitetopping – SC 114

Otacílio Costa é um município situado na Serra Catarinense cuja economia gira em torno da produção e exportação de papéis. A principal matéria-prima é a madeira transportada pela rodovia SC 114 com extensão de 32,20 km. Devido ao tráfego pesado gerado por esta atividade industrial o pavimento asfáltico existente estava completamente comprometido, ocasionando inúmeros transtornos e prejuízos.

Os técnicos do Governo do Estado de Santa Catarina estudaram várias alternativas de pavimentação para a restauração com o objetivo de obter uma solução que pudesse proporcionar maior durabilidade e redução nas operações de manutenção. Assim optou-se pelo pavimento de concreto com whitetopping que adota o pavimento existente como sub-base para o novo pavimento em concreto. O pavimento de concreto resiste ao tráfego intenso de veículos de carga e ao ataque químico dos óleos que porventura vazem dos caminhões, proporcionando custo de manutenção reduzido se comparado com outras opções de pavimento.

Neste relato de experiência, os engenheiros Dejalma Frasson Jr. e Alexsander Maschio (ambos da ABCP), Diego Lang (Consórcio SBS – Dalba) e Carlos Roberto Giublin (CRG Engenharia) tratam dessa obra emblemática para o pavimento de concreto, publicada originalmente na revista Estradas, da Sociedade dos Técnicos Universitários do DAER, edição 25 – outubro de 2020.

Leia aqui o artigo completo (PDF)

Paving Virtual 2020

Começa nesta terça-feira, 29/09, e vai até quinta, 01/10, a Paving Virtual 2020, evento que reúne a cadeia produtiva ligada à área de infraestrutura rodoviária. Embora a abertura oficial se dê às 14h, o evento conta às 18h com um painel do ministro Tarcísio de Freitas sobre “O futuro da Infraestrutura”.

Realizado em plataforma virtual, o evento foi organizado em três sessões (Business, Learning I e Learning II) a fim de contemplar um amplo debate sobre a política e as tendências para o setor e também a atualização tecnológica, por meio de palestras técnicas das empresas expositoras e especialistas em pavimentação.

Participação da ABCP

A ABCP participa do Paving Virtual com o painel “Competitividade do Pavimento de Concreto”, do qual participam, no dia 01/10, às 16h15, o general Jorge Ernesto Pinto Frame e os engenheiros Marcos Dutra e Roger Veloso, sob mediação de Valter Frigieri. Antes disso, às 15h35, ocorre o painel “O concreto na Pavimentação Urbana”, com participação de Kleber Pereira Machado (Avantec) e Ery Brandi (Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF), além de Erika Mota (ABCP), como mediadora. Ambos os encontros ocorrem na área de Business Session.

Inscrições

Para assistir ao Paving Virtual, basta acessar o site do evento ou ir direto no link de inscrição e preencher um formulário simples.

Treinamento de pavimento de concreto no Paraná

A ABCP, por meio de sua Regional Sul, realizou em 24/09/2020 um treinamento sobre pavimento de concreto no IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), em Cascavel-PR, para 23 engenheiros e arquitetos de quatro prefeituras: Foz, Cascavel, Toledo e Guaíra.

O evento foi organizado pelo IPC e ParanaCidade, empresa vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas do Paraná. Álvaro José Cabrini Junior, superintendente do ParanaCidade, enviou um depoimento em vídeo na abertura do curso.

Construção de via de concreto deve aquecer indústria de cimento no CE

Por Bruno Cabral / Diário do Nordeste – 06 de novembro de 2019 

 

Com os sucessivos aumentos do preço do asfalto, observados nos últimos anos, o uso do concreto na pavimentação de rodovias vem se tornando cada vez mais atrativo. Hoje, a economia não se dá apenas no longo prazo, uma vez que o concreto possui uma vida útil maior, mas, em boa parte dos casos, também na implantação do pavimento. Foi pensando nisso que representantes da Associação Brasileiro de Cimento Portland (ABCP) decidiram apresentar ao governador Camilo Santana, no próximo dia 11, um estudo sobre as vantagens em utilizar o pavimento rígido (concreto) nas estradas cearenses.

A informação foi dada em primeira mão pelo colunista Egídio Serpa e deve redirecionar os R$ 750 milhões anuais gastos pelo Estado em construção e reparos de vias para uma nova e mais moderna tecnologia de construção. “Não é para qualquer estrada que o concreto é viável. Tem de ter um fluxo mínimo. A ideia é aplicar o pavimento de concreto em vias cujo tráfego diário seja superior a 500 veículos comerciais (ônibus e caminhões). Neste caso, o custo inicial do concreto já é menor do que o do asfalto, uma vez que, para suportar o fluxo de veículos pesados, é necessária camada maior de asfalto”, diz Carlos Teles, diretor comercial da Cimento Apodi.

Teles diz que até pouco tempo atrás, os ganhos com o uso do concreto só apareciam depois de “muitos anos”, pois o asfalto, embora fosse mais barato, tinha maiores custos de manutenção. “Hoje, você tem ganhos desde o início. Mas o setor tem que acordar para o pavimento de concreto”, diz. “Desde 2015, o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) triplicou de preço”.

 

Preço e manutenção

De acordo com um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019, o preço do asfalto teve aumento de 108% no Brasil, o que resultou tanto no aumento do custo das obras de construção como na manutenção. Segundo o executivo, além do custo inicial mais baixo, após 20 anos, considerando os custos de manutenção, a pavimentação de concreto sai pela metade do preço. “A manutenção do concreto é muito pequena, enquanto o asfalto demanda, em média, três recapeamentos em 20 anos”, diz.

 

Estradas no Estado

Hoje, no Ceará, o pavimento de concreto está presente na CE-494, que liga o Crato a Nova Olinda; em parte do 4º Anel Viário (BR-020), em obras; e na Avenida Dioguinho, na Praia do Futuro. A estimativa é de que o Governo do Estado gaste por ano cerca de R$ 750 milhões com construção e manutenção de rodovias. De acordo com a Superintendência de Obras Públicas (SOP), o Ceará tem 8.038,8 km de rodovias estaduais pavimentadas. O pavimento rígido é utilizado em cerca de 15 km, no trecho Crato-Nova Olinda, além de pequenos intervalos de rampas e pontes.

“No momento, não há projeto para rodovia estadual em concreto no Estado, considerando o perfil de carga das CEs e os custos”, disse a SOP, em nota. O projeto de duplicação do 4º Anel Viário, de responsabilidade do Governo Federal, é executado atualmente pelo Governo do Estado através da SOP, e tem uma nova pista com 26 km de extensão em concreto.

A adoção do concreto nas estradas cearenses também beneficia as empresas locais do setor cimenteiro, pois praticamente toda a produção é feita no Estado. “Com esse impacto na indústria, o Estado arrecada mais impostos, pois são fábricas de dentro do Ceará que vão fornecer o cimento, enquanto o asfalto é praticamente todo importado”, diz Teles.

 

Preço por quilômetro

Se, em 2013, a construção do pavimento rígido (concreto) só passava a ser mais vantajosa do que a do flexível (asfalto) em vias com Volume Médio Diário de veículos comerciais (VDMc) acima de 2 mil, em 2018 o concreto tornou-se mais vantajoso em vias com VDMc acima de 500, sendo 4,5% mais barato do que o asfalto. Segundo um estudo realizado pela ABCP, em 2018 o custo de construção do quilômetro de vias de 7 metros de largura era de R$ 1,261 milhão para o concreto e de R$ 1,321 para asfalto. Considerando vias com volume diário de 500 veículos comerciais.

Já uma pesquisa da Votorantim Cimentos avaliou a eficiência da construção e manutenção durante um período de 20 anos de um pavimento rígido. Os custos de construção e manutenção foram 54% menores com a utilização do concreto.

No Brasil, há atualmente 6.800 quilômetros de estradas com pavimento rígido. No entanto, cerca de 99% das rodovias brasileiras ainda utilizam o asfalto. Mas com a redução dos custos do concreto em relação ao asfalto, esse número tende a crescer, segundo estima a ABCP.

 

Custos podem ser reduzidos

O uso do concreto na pavimentação de rodovias poderá reduzir os custos com manutenção de veículos, que hoje representam de 10% a 15% do frete. De acordo com Heitor Studart, presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog), se fosse retirado metade desse custo, com a utilização do concreto nas estradas, haveria diferença no preço final dos produtos para o consumidor.

“Isso faz uma grande diferença na ponta do consumo. Não tenha dúvida de que o retorno do concreto é muito melhor. A competitividade nestes aspectos para as transportadoras não terem gasto mensal de manutenção de veículos é maior”, avalia.

Studart ressalta que a vida útil e a capacidade de transporte de carga em estradas que utilizam o pavimento rígido (concreto) são maiores em relação ao asfalto. Para ele, isso faz diferença na hora da escolha do modal rodoviário pelas empresas transportadoras.

“O transporte por tonelada por eixo aumenta sobremaneira. Além disso, as intempéries não afetariam tanto quanto as estradas com pavimentação flexível (asfalto). Não tenha dúvida de que a vida útil e a competitividade com o concreto são muito grandes. Primeiro, pelo suporte de carga. Você tem condição de levar mais tonelada por eixo do transporte. Segundo, a vida útil, que é o dobro em relação ao asfalto”, acrescenta Studart.

O presidente da CSLog diz ainda que numa retroárea portuária é importante ter estradas de concreto. “Porque é onde tem muitos caminhões transportando, por exemplo, pás eólicas de 85 metros com caminhões com 10 eixos. Então, tem que ser um pavimento de concreto. Caso contrário, não aguenta a pressão”. Studart afirma que a CE-155, que liga a BR-222 ao Porto do Pecém, vai precisar numa próxima reforma ser feita de concreto. “Apesar de o reparo já estar sendo feito, a médio prazo a CE-155 já terá que ser feita de concreto”, arremata o presidente da CSLog.

Leia a matéria no site do Diário do Nordeste

Pavimento de concreto emite menos CO2

Estrada Cimesa. Foto: JR Ramos

 

O Banco Mundial aponta que existem quase 45 milhões de quilômetros de rodovias pavimentadas no planeta – a maioria em asfalto. Isso levou o Centro de Sustentabilidade do Concreto do MIT (do inglês, Concrete Sustainability Hub [CSHub]) a medir o impacto ambiental causado pelo tráfego constante dos veículos sobre as estradas. A conclusão do trabalho no Massachusetts Institute of Technology (MIT) revela por que o pavimento de concreto é mais amigo do meio ambiente em comparação ao asfalto.

O estudo, publicado no Journal of Cleaner Production, constatou que, no asfalto, o efeito chamado de interação pavimento-veículo libera maior volume de CO2 na atmosfera. Outra observação é que a deflexão do asfalto leva os veículos a consumirem mais combustível. “A qualidade do pavimento impacta no desempenho dos veículos e na capacidade de economizarem combustível, ou seja, ao longo de seu ciclo de vida o pavimento influencia para uma pegada maior ou menor de carbono”, deduz o estudo.

O relatório do CSHub ainda faz a seguinte análise: “Ao estudar todas as etapas da vida de uma estrada, usando uma técnica chamada de avaliação do ciclo de vida do pavimento, fica claro que o impacto ambiental de um pavimento não termina com a construção. De fato, há emissões significativas associadas ao asfalto durante sua vida operacional, em comparação ao concreto”. A pesquisa ressalta que as maiores diferenças entre o pavimento flexível e o rígido se dão quando os caminhões estão nas rodovias. (…)

O Centro de Sustentabilidade do Concreto do MIT analisou pavimentos em quatro estados dos Estados Unidos, com diferentes climas: Missouri, Arizona, Colorado e Flórida. Dentro de cada zona climática, foram estudados diferentes níveis de tráfego. A pesquisa concluiu que nas estradas avaliadas aeconomia de combustívelseria de 3,8 bilhões de litros em cinco anos, caso houvesse somente pavimento de concreto, em vez de pavimento de asfalto.

Leia a reportagem completa no site Massa Cinzenta*

* Matéria do jornalista Altair Santos (MTB 2330) com base no estudo do Concrete Sustainability Hub (CSHub) do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Competitividade nas rodovias

General Avena, que comandou as obras da BR 101 NE

 

O pavimento de concreto foi destaque em uma entrevista concedida pelo general de Exército Ítalo Fortes Avena, no dia 19/03/2019, ao programa Direto de Brasília. Engenheiro por formação, o general Avena foi chefe do Departamento de Engenharia do Exército Brasileiro e comandou os Batalhões de Engenharia de Construção (BEC) nas obras de muitas estradas brasileiras, entre elas o trecho nordestino da BR 101, a partir da qual tornou-se um entusiasta do pavimento rígido.

 

“Podemos comparar a eficácia do pavimento de concreto em relação ao pavimento de asfalto”, disse o general Avena no início da entrevista (9:35), ao ser perguntado sobre as opções tecnológicas para a pavimentação de rodovias.

 

Mais à frente, respondendo ao jornalista, acrescentou:

“Eu sou a favor do concreto, sem dúvida nenhuma. Na época em que comecei a trabalhar (anos 70), o concreto custava o dobro do asfalto, enquanto sua manutenção era mais barata. Só quando a estrada de concreto chegava aos quinze anos de vida ela se tornava mais barata. Mas hoje isso mudou. O custo inicial é praticamente o mesmo e a durabilidade do concreto é muito maior. O concreto que fizemos na BR 101 iniciava com 10 centímetros de concreto (base) mais 22 centímetros de concreto armado, em placas. Uma estrada dessas vai durar muito tempo, se bem-feita logicamente. E nós compramos uma máquina na Alemanha que fazia tudo. Jogávamos o material nela e ela ia fazendo (22:53).”

 

Veja a entrevista completa no Programa Direto de Brasília pelo Youtube

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Parceria EB-ABCP

O apoio técnico da ABCP à construção de estradas pelo Exército Brasileiro (EB) começou a tomar corpo em 2006. Naquele ano, o EB solicitou os serviços técnicos da Associação para a duplicação, em pavimento de concreto, da BR 101 nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A rodovia vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte e o Corredor Nordeste tinha 386 quilômetros de extensão.

O contrato envolveu consultoria técnica, laboratorial e fornecimento de equipamentos por parte da ABCP, além de treinamento dos soldados que participariam da construção da rodovia. A obra foi divida em oito lotes, cabendo ao Exército a construção de três deles (cerca de 143 km). Para executar a obra, o EB adquiriu um conjunto de pavimentação de última geração, com todos os acessórios necessários para garantir qualidade e conforto de rolamento.

O ano de 2008 marcou a consolidação do pavimento de concreto como solução técnica. Manteve-se com o EB o termo de cooperação técnica para treinamento e transferência de tecnologia, o que incluiu o fornecimento de vibroacabadoras de fôrmas deslizantes e de usinas dosadoras e misturadoras de concreto. Com outro trecho de 600 km em fase de projeto de duplicação, o pavimento de concreto totalizava cerca de 1.000 km de pavimentação, um marco na história da pavimentação rígida no Brasil.

A ABCP teve participação importante também junto ao Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), órgão fruto do convênio realizado entre o Ministério da Defesa e o Ministério dos Transportes, destacando-se as seguintes ações: elaboração de propostas para atualização profunda do Sistema de Custos Rodoviários (Sicro), que seriam implementadas pelo DNIT, e consolidação e ampliação do módulo de ensino a distância (EAD) relacionado à execução e controle tecnológico de pavimentos de concreto, entre outras ações.

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Vitrine para o Brasil

A obra da duplicação da BR 101 NE foi importante ainda para a difusão do pavimento de concreto no Brasil. Ela recebeu a visita de diversas autoridades técnicas e governamentais, entre elas o próprio presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2007. Com apoio da ABCP, a BR 101 NE recebeu a visita de mais de 90 profissionais dos setores público e privado durante a realização do 13º Encontro Nacional de Conservação Rodoviária (Enacor), em Recife, e ao longo dos anos inúmeros engenheiros de construtoras que atuariam em obras de pavimento de concreto em outros estados brasileiros, sempre com o suporte dos Escritórios Regionais da Associação.

Com sua transferência para a reserva, o general Ítalo Avena deixou a Chefia do Departamento de Engenharia do Exército Brasileiro em junho de 2011. Mas foi imediatamente convidado a ser consultor militar da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.

Curso de Pavimentos de Concreto próximo de sua 200a edição

Nos dias 5 e 6 de junho de 2018, a ABCP atingiu a marca de 194 edições do Curso de Pavimentos de Concreto. Se o curso fosse realizado mensalmente (na realidade, ele ocorre ao longo do ano, em duas ou mais edições), teria superado os 16 anos de realização ininterrupta.

Vale lembrar que, neste período, o pavimento de concreto passou a integrar inúmeras rodovias e corredores urbanos da malha viária brasileira, o que se deve em parte à transferência de tecnologia promovida pela ABCP e seu time de especialistas.

Nesta última edição, a Associação recebeu cerca de 15 profissionais, que participaram do curso ministrado pelos engenheiros Ricardo Moschetti, Marcos Dutra, Rubens Curti, Alexsander Maschio e Rodrigo Campos.

Com carga horária de 16 horas, o programa abordou:

·    Introdução e estado da arte dos pavimentos de concreto
·    Tecnologia do concreto simples e rolado
·    Projeto e dimensionamento dos pavimentos de concreto
·    Construção de pavimentos de concreto simples e rolado
·    Reabilitação de pavimentos (whitetopping e overlay)
·    Perfilógrafo Califórnia


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